There's Nothing More Than This

Friday, March 30, 2007

Soon, baby, soon.

Tu só me ignoras, mas eu nem ligo mais. Só que eu vou continuar me rastejando pra perto de ti porque eu sou bem burra. E eu não me importo mesmo. Tanto faz. Eu vou ali fazer uma tatuagem com o teu nome escrito em aramaico e mentir quando perguntarem o que significa. Vou dizer que é amor. Mas é só o teu nome. Porque eu não estou nem aí. Eu simplesmente não me importo. Eu vou fingir que sei de tudo, entendo tudo, não me interesso pela tua vida. Mas é mentira. Só que só eu sei. E depois eu vou passar horas escrevendo sobre cada segundo que eu passei contigo. Vou escrever neste blog, naquele caderno, em algum arquivo do meu computador. Mas quando me perguntarem, eu vou dizer que não. Eu não sei de nada. Não fui eu. Eu nem me importo mesmo.

Porque eu já me acostumei que tu só me ignoras. É, eu já me acostumei mais uma vez. Ontem eu dormi tarde, aí no meio da noite eu acordei e lembrei que tinha sonhado contigo. De novo. E foi um sonho tão inocente, tão bobo, tão... infantil. Mas ele era lindo porque nele tu fazias coisas que tu nunca faz na vida real. Eu não lembro o que era (até porque eu sempre esqueço o que eu sonhei minutos depois de acordar), mas podia ser algo do tipo 'tu saíste e compraste um sorvete' ou 'tu me perguntaste como tinha sido o meu dia' ou 'tu me contaste que a tua mãe vem te visitar'. E eu, boba que sou, acordei achando aquilo o máximo. Eu me contento com migalhas até em sonhos. 'I'm begging for a crumb', já dizia Leonard Cohen.

Porque eu já me acostumei que tu só me ignoras. E isso não vai me impedir de continuar te atucanando. Não vai me impedir de dizer que eu sinto a tua falta. Aí tu diz que também sente, uma vez ou outra. Mas eu sei que é mentira. Só que eu nem me importo. Eu chuto o balde. Eu queimo o meu filme. Eu sento na calçada e canto uma música ridícula. E dedico todo um disco de rock pra ti. Vejo um filme e decoro frases que eu te diria. E até digo mais tarde. Depois te culpo pelas minhas desgraças. Porque tu és, mesmo, o culpado de tudo. Tu despertaste aquele negócio lá dentro, tu foste ali e apertaste um botãozinho, acendeste a maldita luzinha mofada que fica dentro daquele quartinho escuro e estragaste tudo. Tudo. A culpa é tua, só tua, toda tua.

Porque eu já me acostumei que tu só me ignoras. Porque eu sou bem masoquista mesmo, sou sim. Eu só gosto de quem não está nem aí pra minha vida, quem não quer saber se eu estou bem ou querendo morrer, quem some e volta quando quer. É isso ai, eu me boicoto solenemente. E é por isso que eu nem me importo se tu me amas, me odeias, me acha chata, me acha interessante, inteligente, idiota, gorda, mesquinha. Eu nem penso mais nisso. Eu já me importei, mas esse tempo passou. Daqui a pouco eu vou me trancar no banheiro e eu vou chorar e soluçar alto até a minha barriga doer e eu não conseguir mais enxergar de tão inchados que os meus olhos estarão. Então eu vou lavar o rosto, sentar silenciosamente no chão frio e esperar tudo voltar ao normal. Quando eu abrir a porta, eu já vou ter esquecido. E nem vou me importar mais, com mais nada. Nem contigo, nem comigo. Mas vou continuar te culpando. Só que eu já me acostumei. Mentira.

1 Comments:

At 12:33 PM, Anonymous Anonymous said...

Escrevi um monte de coisa e não cosnegui postar. Deu tilt.
Bottom line: you can count on me. As coisas vão melhorar, baby. Tenha fé. Assim os sustos noturnos irão embora.
bjos
Ann

 

Post a Comment

<< Home